7 tipos de cetim e sua história!

Chique, sensual e dono de um brilho próprio, o cetim tem muita história para contar e está de volta às passarelas e aos cabides.

O tecido cetim é conhecido por seu brilho, textura e elegância inigualáveis, que se destacam na moda e na decoração há milênios. A partir de sua criação na Ásia e seu surgimento na Europa, vestiu as realezas do ocidente, se tornou mais popular com o avanço da tecnologia têxtil, foi protagonista em vestidos de baile e até virou símbolo de sensualidade com a criação das primeiras lingeries. 

Esquecido no tempo no mundo da moda, o cetim voltou a brilhar recentemente e é a estrela de qualquer look, da festa ao dia a dia, dando um ar mais chique às composições.

Quer saber mais sobre o uso do cetim na moda? Continue a leitura, descubra muito mais sobre ele e inspire-se para criar sua próxima coleção!

O que é o tecido cetim?

O cetim é um tecido de brilho intenso e textura suave e amanteigada, utilizado na confecção de roupas, para as mais diversas ocasiões, e na decoração, em estofados e roupas de cama, sempre conferindo luxo ao visual das peças. É um tecido feito de matérias-primas como seda, algodão, ou ainda, materiais sintéticos.

O que muita gente não sabe é que o cetim, apesar de ser popularmente conhecido dessa forma, não é um material. Cetim, na verdade, é a definição de um tipo da trama para a confecção deste tecido, conhecido por seu brilho, textura e elegância.

As faces brilhante (direita) e opaca (avesso) resultam de numerosas repetições de entrelaçamento de fios de urdume, tecidos na transversal, e de fios de trama, tecidos no sentido do comprimento, além de sua ordem constante e seus pontos de ligação separados: enquanto de um lado do tecido prevalece o urdume, do outro fica a trama.

Origem milenar

A história do cetim é tecida há mais de 2 mil anos, e teve seu início na China, mais precisamente em Qhanzhou. Diz-se vir de “Zaiton”, nome árabe da cidade chinesa, a origem da palavra “cetim”, embora exista outra explicação, atribuindo à palavra em latim “saeta” ou “cabelo de cavalo” como a verdadeira inspiração para a nomenclatura, em menção ao brilho dos fios finos da crina do animal.

No entanto, o cetim surgiu na China, onde era muito comum a produção da seda, matéria-prima utilizada para este tipo de tecelagem. Não era raro ver camponesas confeccionando o cetim e o uso de roupas feitas com o tecido não se restringia às classes mais altas.

Mulheres da corte preparando seda recém-tecida, pintura atribuída ao imperador Huizong da dinastia Song, um remake do original do século VIII, do artista Zhang Xuan.

Quando esta preciosidade chinesa deixou de ser segredo, através das negociações entre a China, países de origem árabe e Europa, a Itália foi o primeiro país do ocidente a produzir o cetim, no século XII. Em 200 anos, este tipo de trama se espalhou por toda a Europa e, a esta altura, a seda era um item caríssimo e reservado aos aristocratas e ao clero.

Como é feito o cetim?

Tradicionalmente, o cetim era produzido a partir da seda, matéria-prima de origem animal caracterizada por conter uma fibra longa, contínua que, ao ser entrelaçada, dava ao tecido um lado brilhante e um opaco.

Hoje em dia, o cetim pode ser produzido a partir de diversas matérias-primas, como lã e, mais popularmente, o poliéster.

De uma forma ou de outra, o método de produção do tecido é o mesmo: as fibras são entremeadas em conjuntos de 4, 5 ou 8 fios – o que garante mais ou menos flexibilidade ao produto final –, e é esse padrão que dá ao cetim sua característica tão marcante, o brilho, a leveza e a suntuosidade.

O cetim na moda e na decoração

Com a expansão do uso do cetim por toda a Europa, o tecido ganhou destaque como estofamento de móveis, principalmente na Versalhes de Luís XIV. Também estava nos trajes da nobreza, em vestidos luxuosos e pesados, principalmente em modelos criados para temperaturas mais frias.

Em meados do século XIX, o tecido tornou-se popular entre as noivas após a Rainha Vitória se casar com um vestido de cetim — aliás, mesmo não sendo uma fashionista em sua época, Vitória foi responsável por moldar a moda na época vitoriana. Na mesma época, surgia a sapatilha de ponta das bailarinas, também em cetim.

Ainda no XIX e na virada para o século XX, surge o conceito de lingerie como conhecemos hoje. Curiosamente, o uso das lingeries de cetim colorido inicialmente era atribuído às prostitutas na época, até que se tornou popular e integrou o guarda-roupa feminino oficialmente, em sutiãs, calcinhas e corsets, com um maior apelo de beleza e sensualidade, graças às publicidades de moda.

A tecnologia têxtil popularizou ainda mais o cetim, que ganhou versões em materiais sintéticos como o raiom, barateando o produto. Durante todo o século XX, o cetim brilhou em camisolas, lingeries, vestidos de noiva, camisas, vestidos e outras peças, tendo pequenos momentos no esquecimento para depois voltar à sua glória como um tecido com ares de sofisticação e sensualidade.

A volta do cetim

Recentemente, em meio a onda nostálgica que invadiu as passarelas e as redes sociais, muitos elementos vintage entraram em nossos guarda-roupas. Com o cetim não foi diferente! Desde a tendência do slip dress, lá em 2015 e 2016, que o cetim vem ensaiando seu retorno triunfal e parece que chegou sua hora de brilhar novamente

Saias, vestidos, camisas e blusas de alças finas estão entre as peças que entraram na trend, combinadas com outras que equilibram o visual, como tênis, jaquetas jeans e acessórios.

Além dos looks para o dia e para as festas, o cetim está presente também no homewear e no sleepwear, tendências do momento no isolamento social e no home office, devido à pandemia do Covid-19.

Qual a diferença entre cetim e poliéster?

Como você já sabe, o cetim é uma técnica para produzir tecidos por meio de processos de confecção próprios que pode se utilizar de diversas matérias-primas, incluindo o poliéster.

Então, de certa forma, não existe tecnicamente uma diferença entre o cetim de poliéster e o próprio poliéster (matéria-prima). Caso o cetim seja produzido com outros materiais – como a seda, por exemplo – existe diferença na origem do material, na nobreza do insumo e no resultado do produto.

Cetim ou acetinado: existe diferença?

A resposta é sim! Na verdade, o termo cetim se refere a um tecido, enquanto acetinado é uma característica dos tecidos lustrosos e que não são opacos. Isso significa que o cetim é um tecido acetinado, mas nem todo tecido acetinado é considerado cetim.

O fator determinante para que um tecido seja considerado acetinado são suas características visuais predominantes, especialmente o brilho, o grau de opacidade e o toque macio.

Podemos citar como exemplo de tecidos acetinados, além do próprio cetim, materiais como a seda pura e a sarja acetinada, que tem ganhado espaço nas coleções de moda e tendências.

Tipos de cetim

É claro que a variedade de materiais com os quais o cetim é feito também proporciona efeitos diferentes e diversas aplicações. Por isso, é muito importante escolher o tipo certo de cetim, considerando o caimento que se deseja na peça, a modelagem, a qualidade, o visual, entre outros.

O cetim também pede atenção por ser bastante escorregadio, exigindo um pouco mais de prática na costura. Vale destacar que o cetim, em geral, marca os detalhes do corpo e por isso é importante que a modelagem e a costura sejam perfeitas. 

Conheça agora os principais tipos de cetim:

Cetim Duchese

É um tipo de cetim mais pesado, ótimo para compor vestidos de noiva e peças de alta costura. Normalmente é tingido em cores sólidas com um pouco menos de brilho. Feito de seda, acetato ou poliéster.

Cetim Bucol

Muito semelhante ao Duchese, o cetim bucol também é usado para trajes de noivas e alta costura, mas é um pouco mais pesado que o primeiro.

Cetim Changeant

É um tipo de cetim que possui um efeito muito bonito, com urdidura e trama em cores diferentes. As duas cores mudam entre si de acordo com o ângulo em que se olha.

Cetim Charmeuse

Tem super brilho, caimento leve e textura suave. É muito usado para forros de roupas casuais e de festa, decoração e até mesmo como forro de outras peças.

Cetim toque de seda

Fino, muito brilhante, leve e sofisticado, o cetim toque de seda possui certa elasticidade e proporciona conforto, ao mesmo tempo que confere um caimento esvoaçante e delicado

Cetim Vison

Muito utilizado na decoração, o cetim vison é encorpado e é um pouco menos luminoso que os outros cetins.

Cetim Zebeline

De um lado, o brilho acetinado. De outro, encontra-se o crepe. É um cetim bastante encorpado, mais pesado e estruturado.

Onde comprar Cetim?

Agora você já conhece um pouco da história do cetim e sua variações, e caso precise de tecidos não esqueça de visitar nossa loja, acesse e compre em: www.luematecidos.com.br

Reprodução do conteúdo desenvolvido pela Audaces.
Acesse este link para conferir o post original na íntegra: https://audaces.com/tecido-cetim/